REFUTANDO O PARADOXO DE EPICURO
Sempre que um ateu tentar argumentar contra a existência de Deus, o principal argumento que usará é o que explora a existência do mal. O argumento consiste nas seguintes partes:
Deus existe, ele é onipotente, onisciente e onipresente e, acima de tudo, é bom.
Existe o mal. A questão é: como um Deus bom, todo-poderoso e todo sábio, poderia ter permitido que o mal existisse? Sendo assim, ou Deus não é bom por permitir tanta maldade nesse mundo, ou ele não é todo poderoso, nem sabe todas as coisas, pois, devido a um erro seu, por falta de previsão ou de poder, o mal entrou no mundo
Há duas formas de refutar o paradoxo de epicuro, uma de maneira mais simples e a outra mais complexa. Comecemos então pela maneira mais simples: O paradoxo de epicuro usa a onipotência divina de forma totalmente poderosa, podendo ele fazer tudo o que quiser da maneira que quiser sendo então Deus
onipotente, onisciente e totalmente bom, podendo fazer o que quiser
Então, seguindo essa lógica ateia, Deus poderia permitir que o mal ''exista'' e com sua onipotência continuar sendo bom, correto?
A onipotência divina da forma que é interpretada pelos ateus é o ponto que torna o argumento muito fraco, se Deus pode fazer tudo inclusive coisas ilógicas ele pode muito bem permitir que o mal ''exista'' e continuar sendo bom.
A segunda forma é um pouco mais complexa. Esse paradoxo apresenta diversas falhas e a primeira começa ao afirmar a existência do mal, o mal (Moral) em si não existe, ele é apenas a privação/ausência de um determinado bem. O bem é ser pois o ser é o que existe. Há dois tipos de bens: o bem maior (Deus e a sua vontade), a existência finita e o homem.
O homem foi criado para atingir um determinado fim e para que atinja essa finalidade é preciso estar de acordo com a vontade divina, que é o bem supremo. Porém o homem é livre, dotado de vontades, e essa liberdade e livre-arbítrio podem ser para escolher o bem maior, que é a vontade de Deus (desde que Deus dê fé), como para escolher sua própria vontade (bem menor).
No momento em que há a inversão dessas escolhas, ou seja, eu escolher a minha vontade finita e imperfeita, então o mal moral é gerado, pois eu não atingi o meu fim determinado que era agir de acordo com a vontade de Deus.
Sendo assim, o mal moral é gerado pela escolha humana e não criado. Podemos citar também o mal natural, que é parasita de um determinado ser, a cegueira é o mal da visão, mas ela só ocorre parasitando o bem (ser) que é o olho/vista.
Em suma, o mal natural é gerado por uma determinada imperfeição que ocorre na natureza por uma determinada lei ou possibilidade que possibilita que a natureza aja ou siga tal padrão. Assim como afirma Santo Tomás repetindo Dionísio: "O mal nem é algo que existe, nem bom".
Sendo o mal a ausência de um bem, só podemos nos referir a ele através de analogia, firmando-se nas coisas que tem de ser, sendo assim sabemos que é o mal na exata medida da privação ou corrupção do bem que há nas coisas e por isso não existe um mal puro (como substância), o mal sempre estará "parasitando" algum sujeito que traz consigo algum 'quantum' de bem.
Portanto, o paradoxo de epicuro já erra no começo quando fala que o mal existe, pois ele não existe. O fluxograma só estaria correto se Deus permitisse o mal por pua diversão, todavia, se apresentarmos um único motivo para Deus permitir o mal este argumento ateísta cai por terra. Antes de tudo, precisaríamos diferenciar os males morais e os males naturais. Os males morais são aqueles causados pela natureza humana, ou seja, aquilo que o homem por ter a natureza má causa.
O mau natural é aquilo que é da própria natureza, como os furacões, terremotos, maremotos e etc. O fluxograma só teria algum sentido se o mau pelo qual ele cita (moral) não tivesse nenhum significado ou nenhum benefício. Ora, quando Satanás se rebelou contra Deus ele levou cerca da terça parte dos anjos consigo, e a própria bíblia fala em apocalipse 12 que ele acusava a Deus e a seus irmãos. Isto nos leva a entender que o caráter de Deus estava em jogo, se Deus destruísse Satanás, o universo inteiro iria seguir a Deus por medo e não por amor, por isso Deus permitiu que Satanás ficasse vivo para que assim ele demonstrasse o verdadeiro significado do pecado e o que ele causa na vida daquele que o segue (morte eterna).
Foi o próprio apóstolo Paulo que disse que somos espetáculo ao mundo, tanto a homens como a anjos; e Pedro afirma que os anjos anelam entender o que nós sabemos e temos o privilégio de anunciar (evangelho), ou seja, o mau pelo qual os incrédulos citam como prova da inexistência de Deus está trazendo um bem maior do que o mau por ele causado. Uma vez que todas as criaturas estão vendo e entendendo o que ele causa na vida daquele que rejeita a Deus, por isso este ''paradoxo'' é simples e sem sentido algum.
Se Deus interferisse 100% das vezes nas ações perversas humanas, o que ele ganharia com isso além de suas criaturas se tornarem mais rebelde e desobedientes? Um todo poderoso que passasse a mão na cabeça dos filhos que matam, roubam, toma remédio para acabar com os filhos, seria cúmplice de um mal. E suas criaturas não iriam aprender o verdadeiro significado da vida.
Imaginemos um pai que é viciado em drogas, gastando todo seu dinheiro, acaso Deus iria providenciar comida para que nem ele e nem seu filho passasse fome? Qual a lógica disso? As criaturas aprenderiam ou se tornariam mais rebeldes, tendo um Pai que não os corrige?
Seriamos meros brinquedos nas mãos de um psicopata, mas diferente disso, somos humanos e sabemos escolher; porém quando escolhemos errado, colocamos a culpa no criador.
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